O inhame é um tubercúlo muio utilizado na culinária da região nordeste do Brasil. Rico em amido
e vitaminas do complexo B que otimizam seu potencial energéticos e facilitam a
digestão, o inhame possui propriedades terapêuticas que fazem parte da farmacopéia chinesa e
ayurvedica.
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o inhame e o cará são alimentos que
atuam equilibrando centros energéticos de nossos órgãos mais profundo como o baço,
rins e seus tecidos e glândulas relacionados como tireóide, medula, glândulas adrenais e
outras.
Ação como repositor hormonal para mulheres na menopausa
Pesquisadores da UFMG concluíram que o inhame é rico em uma substância
conhecida como diosgenina, que tem a estrutura similar aos estrógenos humanos e que é
utilizada como matéria-prima para fabricação de pílulas anticoncepcionais.
No entanto, ressaltam os pesquisadores, a estrutura da diosgenina é diferente dos
estrógenos, e o nosso corpo não pode transformá-la em estrógenos. Mesmo assim,
dados científicos demonstram que a ingestão do inhame pode levar à melhoria dos
sintomas da pós-menopausa.
Outra hipótese é que a diosgenina presente nos tubérculos é convertida a
desidroepiandrosterona (DHEA), um hormônio que é produzido pelas glândulas
adrenais. O DHEA é uma molécula utilizada para a síntese de vários outros hormônios,
como a progesterona, o estrogênio, a testosterona, o cortisol e a aldosterona.
Redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol e diminuição da reabsorção óssea
Outros estudos realizados com animais mostraram que a ingestão do inhame causa
diminuição da perda óssea associada à menopausa. Em estudos realizados em humanos
demonstram a diminuição dos triglicérides plasmáticos, aumento do HDL-C (colesterol
bom) e atividade antioxidante. Em outro estudo com humanos, a substituição de dois
terços das refeições diárias por inhame, durante 30 dias, demonstrou um aumento dos
níveis de estrógenos, que leva a diminuição dos sintomas relacionados à pós-menopausa
e a melhora dos níveis de colesterol.
Diminuição da glicemia
Em estudos com ratos diabéticos, os animais foram divididos em três grupos:
diabéticos, diabéticos com consumo de farinha de inhame, ambos com uma dieta com
alto teor lipídico, e saudáveis. Depois de cinco semanas, os pesquisadores observaram
que os animais diabéticos que não comeram a farinha de inhame apresentaram cerca de
400 miligramas por decilitro (mg/dl) a mais de açúcar no sangue que os saudáveis. Já os
ratos que receberam o suplemento mostraram uma concentração de glicose cerca de 60
mg/dl menor que a dos diabéticos que não consumiram a farinha de inhame.
Efeito antioxidante
Além dos efeitos citados acima, os cientistas notaram outra ação relevante da
farinha de inhame. Os animais que tinham esse alimento à disposição apresentaram uma
proteção dos tecidos à ação da oxidação, o que previne problemas que poderiam ser
causados pelo diabetes.
Classificação e indicações segundo a Medicina Chinesa
Nome botânico: Discorea opposita
Nome comum: Inhame chinês;
Parte utilizada: raiz;
Propriedades: doce, neutra e adstringente;
Locais de ação: Rim, Pulmão e Baço;
Classe: Tônico do Qi.
Tonifica o Qi do baço e estômago e para a diarreia;
Para padrões de deficiência do baço com diarréia e sintomas como cansaço,
palidez, anorexia, digestão lenta e fezes pastosas com alimentos mal digeridos.
Tonifica o Qi do pulmão e rins;
Para padrões de deficiência do Qi do rim e pulmão, com tosse, dispneia,
respiração superficial, dificuldade para respirar, sensação de peito vazio, dor e fraqueza
na coluna lombar, polaciúria.
Tonifica o Yin e nutre o rim;
Para padrões de deficiência do yin do rim, com febrícula ou calor no corpo, flush
facial, emagrecimento, lombalgia, dor e fraqueza nos joelhos, insônia, pulso flutuante,
língua vermelha. Usado na síndrome do emagrecimento e da sede (diabetes mellitus).
Consolida o Qi do rim;
Espermatorréia, sonhos molhados, poliúria, polaciúria e leucorréia crônica.
Dissipa nódulos e resolve acúmulos;
Usada localmente para nódulos e abcessos, como a erva é neutra, pode ser usada
tanto em casos de frio como de calor.